sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

“Vila Velha, um novo projeto”

 

A política pode ser um jogo muito cruel e, por isso, desperta muitas paixões e ódios. Ela também revela os extremos da alma humana, como a extrema nobreza e a extrema indignidade, um cenário sedutor que não distingue a rara decência da esperteza dos pombos de praças.

Dito isto, a nossa cidade precisa de novas diretrizes políticas e administrativas. Infelizmente, a esperança de um novo modelo de governança para Vila Velha já se diluiu e mostrou ser o cansativo e óbvio “mais do mesmo”, um atraso que se repete de quatro em quatro anos.

Primeiro, é interessante analisar a essência da política moderna que tem fundamentos inegociáveis como a transparência e a participação direta da sociedade. Não é mais admissível que a administração pública viva na obscuridade dos seus atos e iniba a participação do cidadão.

A política moderna tem compromisso com a fiscalização do dinheiro público, devolvendo a sociedade o seu natural protagonismo político e estreitando a relação do universo político com os olhos da população. O cidadão precisa saber na íntegra o que está acontecendo dentro da administração e conhecer os detalhes dos processos que abocanham o orçamento público.

É justamente o gestor público que precisa dar exemplo, zelar pela economicidade e eficiência dos serviços prestados. Outro fator que temos que diferenciar é a governabilidade positiva, o que muita gente confunde com unanimidade. Não é saudável para relação dos Poderes não ter fiscalização atuante, conforme está acontecendo com boa parte da atual Câmara Municipal, que “se” permitiu reduzir, contendo-se apenas em fiscalizar buracos nas avenidas e bueiros entupidos, uma deformação clara da importante atribuição parlamentar.

É muito louvável quando os Poderes caminham de forma harmônica, contudo, essa harmonia não pode ser um ato de silêncio e muito menos uma postura intimidatória, principalmente, em relação aos vereadores, fiéis representantes da população canela verde. Ressalto que um parlamento ruim atrapalha o bom governante, já o bom parlamento pode ajudar o governante ruim.

Enfim, as urnas foram implacáveis nos últimos pleitos e Vila Velha não reelegeu seus gestores, fenômeno que pode se repetir mais uma vez, abrindo caminho para um novo projeto e redesenhamento político e administrativo para cidade.

Weverton Santiago

O autor é Teólogo Presbiteriano, Cientista Político e Especialista em Comunicação Política.

As opiniões expressas neste texto são de exclusiva responsabilidade do autor convidado e não refletem, necessariamente, a visão ou posição editorial do Jornal Folha da Vila. Cada autor convidado é responsável por suas declarações, argumentos e conteúdos, reafirmando nosso compromisso com a pluralidade de ideias e o debate saudável e respeitoso.

 

 

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