A briga entre facções criminosas rivais — e uma mentira, contada para tentar tirar algum tipo de vantagem — teria sido a motivação para o assassinato de um rapaz de 22 anos. Lucas Maximiliano de Oliveira foi morto com um tiro na cabeça, no dia 18 de agosto, na escadaria Ranulpho Gianordoli, no centro de Vitória.
De acordo com as investigações da Polícia Civil, no dia do crime, o rapaz se divertia com amigos e, em determinado momento, falou que conhecia integrantes do Primeiro Comando de Vitória (PCV), inclusive um de seus líderes, Fernando Moraes Pimenta, o Marujo, preso no dia 8 de março deste ano e considerado um dos criminosos mais perigosos do Estado.
O problema é que ele estava próximo ao Morro da Piedade, também na capital, onde a facção local é rival do PCV.
Ouvindo ele dizer que tinha proximidade com Marujo e demais integrantes da gangue rival, alguns indivíduos se passaram por amigos e o chamaram para consumir drogas no alto do Morro da Piedade. No entanto, tudo não passou de uma emboscada. Quando o grupo estava na escadaria, Lucas foi atingido com um tiro na cabeça, à queima-roupa.
“Ao que tudo indica, não tinha [amizade com o Marujo]. Ele falou que o conhecia como uma forma de contar alguma vantagem naquele momento”, disse o adjunto da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, delegado Moreno Gontijo.
O crime foi registrado por uma câmera de videomonitoramento da região. O vídeo mostra a vítima subindo o morro com outros quatro rapazes.
Em determinado momento, Lucas para e pede folha de seda a um grupo que já estava sentado na escadaria consumindo droga. Nesse momento, os criminosos, vendo que o jovem não continuou o caminho, voltam. Um deles saca uma arma e atira na cabeça da vítima, que morre na hora. Em seguida, os criminosos fogem.
Dois suspeitos de participação do homicídio foram presos no dia 17 de outubro, no Morro da Piedade. Eles foram identificados como Gleidson Balestrero Frederico, vulgo “Neguinho da Faixa”, de 31 anos, e Estevão da Silva Gonçalves, o “Estevinho”, de 27.
A polícia ainda procura Higor Nogueira Reis, vulgo “Higolete” ou “Higuete”, de 26 anos. O quarto envolvido no crime ainda não foi identificado.
Quem tiver qualquer informação que possa ajudar a polícia a chegar aos suspeitos que seguem foragidos, pode entrar em contato com o Disque-Denúncia (181). Não é preciso se identificar e o sigilo é garantido.
Ainda segundo a Polícia Civil, Lucas já teve passagem pela Justiça, mas não tinha envolvimento com o tráfico de drogas. Ele já havia residido no Rio de Janeiro e em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Estado. Ultimamente, ele morava em Guarapari.