domingo, 23 de fevereiro de 2025

Morte de menino em Ibatiba: o que se sabe até agora

 

 

A morte do menino Luiz Fernando de Souza Verli, de 10 anos, ocorrida em Ibatiba, na Região do Caparaó do Espírito Santo, causou comoção e revolta em todo o Estado. A família do garoto alega que ele foi agredido na escola por dois meninos mais velho, também estudantes da unidade.

Em função dessas agressões, Luiz Fernando teria tido complicações em seu estado de saúde, que resultaram na morte do estudante, na quinta-feira (12). O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.

Menino teria sido vítima de bullying

As agressões teriam ocorrido na última segunda-feira (9), na Escola Municipal de Tempo Integral Eunice Pereira Silveira, em Ibatiba. Em entrevista para a reportagem da TV Tribuna, a mãe de Luiz Fernando, Augusta de Souza, disse que o filho sofria bullying na escola por ter um problema em uma das pálpebras.

A agressão teria ocorrido no intervalo de uma aula. Os dois alunos que estariam envolvidos no caso têm 12 e 13 anos.

“Ele contou que os meninos provocaram ele com palavras. Diz que ele estava sentado e o menino chegou e deu um chute nas costas dele. A partir desse momento que o menino bateu nele que ele reagiu. Chamavam ele de zoinho e cabeça do homem da Lua. A cirurgia do olho dele estava para sair no ano que vem”, afirmou a mãe.

Augusta disse ainda que nenhum funcionário da escola interveio na briga e também não foi informada pela unidade de ensino sobre a agressão.

A irmã mais nova de Luiz Fernando, uma menina de 8 anos, teria presenciado a agressão sofrida pelo irmão. Ela contou à família que, apesar de ter sido agredido, Luiz Fernando ainda foi posto de castigo na escola.

Vítima reclamou de dores nas costas

Ainda segundo a mãe, após a agressão, Luiz Fernando voltou para a sala de aula e assistiu às aulas. Ao chegar em casa, ele relatou para a mãe que foi agredido e que estava sentido dores nas costas. Augusta conta que levou o filho para o pronto-socorro na cidade e ele foi medicado, sendo liberado em seguida.

Luiz Fernando continuou sentindo dores e foi levado novamente para o pronto-socorro. “Na terça-feira (10), voltei no pronto-socorro e exigi o raio-x da coluna dele. Ele tinha quebrado uma vértebra da coluna. Isso deu uma infecção generalizada, que afetou fígado, rim e o pulmão dele”, disse Augusta.

O menino foi transferido para Vitória, onde chegou na madrugada de quarta-feira (11) no pronto-socorro do Hospital Milena Gottardi, onde morreu na quinta-feira. O corpo da criança foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), da Polícia Científica.

“A revolta é grande, porque quando está na escola a responsabilidade é toda da escola. Como vou controlar algo que está na escola, não está na minha casa?”, questionou Augusta.

Polícia Civil investiga o caso

Em nota, a Polícia Civil disse que o caso é investigado pela Delegacia Regional de Ibatiba, que iniciou as investigações após tomar conhecimento do fato pelas redes sociais.

“Não houve registro formal deste fato ou fato anterior de violência envolvendo a criança. Não há outros detalhes da investigação a serem divulgados, no momento”, disse a corporação.

Prefeitura diz que vai investigar caso e decreta luto

A Prefeitura de Ibatiba divulgou, em sua conta no Instagram, três notas sobre a morte do garoto. Em uma delas, afirmou que a Secretaria de Educação “está empenhada em reunir todas as informações necessárias para apurar o caso”.

“Reafirmamos nosso compromisso com a Justiça e asseguramos que todas as medidas cabíveis serão tomadas para que os fatos sejam esclarecidos”, informou.

Disse ainda que decretou luto oficial por três dias no município, em memória do estudante, e que as equipes das secretarias de Educação e de Assistência Social estão prestando suporte à família do menino.

Em outra nota, a prefeitura disse que “ações administrativas foram instauradas e que uma equipe do Poder Executivo está mobilizada analisando o suposto caso de violência”.

Entre as medidas em andamento, segundo a prefeitura, estão a análise de ocorrências, boletins de atendimento de urgência, imagens de videomonitoramento e informações junto ao Conselho Tutelar.

Sobre o atendimento de Luiz Fernando no Hospital de Ibatiba, a prefeitura informou que, a partir da análise de boletins de atendimento de urgência (BAU) e do sistema de videomonitoramento externo do hospital, foram identificados dois atendimentos ao menino na unidade — um na segunda-feira (9) e outro na quarta-feira (11).

Câmara também diz que vai investigar morte

A Câmara de Vereadores de Ibatiba também informou que vai investigar as agressões sofridas por Luiz Fernando. “Informamos que o presidente da Câmara Municipal, Marcus Rodrigo Amorim Florindo, já solicitou a Comissão de Educação do Legislativo para apurar o caso”, disse a Câmara, em nota.

A Câmara de Vereadores de Ibatiba informou que decretou luto oficial de três dias pela morte do estudante.

Responsável por possível agressor teme sair de casa

Já o Conselho Tutelar informou à produção da TV Tribuna que ficou sabendo dos fatos na quinta-feira, dia em que Luiz Fernando morreu. O órgão disse que já tomou ações imediatas, pedindo relatórios à diretoria da escola e ao Pronto Atendimento de Ibatiba, e que encaminhou uma notícia-fato ao Ministério Público Estadual (MPES).

O Conselho Tutelar informou ainda que a escola apontou um garoto como possível agressor, mas que o órgão ainda não tem certeza se, de fato, essa pessoa foi um dos agressores.

Disse também que, nesta sexta-feira, um dos responsáveis por um dos possíveis agressores foi convocado para prestar esclarecimento no Conselho Tutelar. No entanto, diante de toda a repercussão gerada pelo caso, a família desse menino teve receio de sair de casa, temendo comprometer sua integridade física.

Já o Ministério Público, por sua vez, informou que acompanha as investigações e que vai apurar todas as possíveis omissões, caso tenham ocorrido.

Governador lamenta ocorrido

Nesta sexta-feira, o governador Renato Casagrande se pronunciou sobre a morte de Luiz Fernando. O governador usou sua conta no X para manifestar pesar pelo ocorrido.

Casagrande afirmou ser inaceitável a perda de mais uma vida em decorrência da violência, e falou da importância de se manter a paz e o respeito no ambiente escolar.

“Não é aceitável que a violência continue tirando vidas tão jovens. É essencial promover a paz e o respeito, especialmente nas escolas, com o acompanhamento e o papel ativo de toda a sociedade”, escreveu.

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