Pessoas que lutam contra a insônia, têm dificuldades em acordar nos horários desejados ou se sentem cansadas frequentemente podem ter um risco maior de morrer mais cedo. Estes fatores estão relacionados à chamada Síndrome do Ritmo Circadiano (CircS). O ritmo circadiano é popularmente conhecido como o nosso relógio biológico e regula os ciclos de sono e vigília do corpo.
Segundo o estudo realizado por cientistas estadunidenses e chineses, pessoas que apresentam desequilíbrio do ritmo circadiano estão mais sujeitas a desenvolver condições como obesidade, hipertensão, diabetes tipo 2, depressão e distúrbios do sono.
A pesquisa foi conduzida pela China Health and Retirement Longitudinal Study (CHARLS) e pela National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES), esta dos Estados Unidos, e publicada na revista científica Nature.
Os pesquisadores analisaram 7.637 participantes chineses, acompanhados por 9 anos, e 9.320 norte-americanos, monitorados por 15 anos. Todos de meia idade ou idosos.
Foram considerados pacientes com CircS aqueles que relatassem ao menos quatro destes sete elementos: Hipertrigliceridemia (triglicerídeos elevados, acima de 150 mg/dL); obesidade central (ou circunferência abdominal elevada); colesterol HDL baixo; hipertensão; hiperglicemia; privação de sono (definida como menos de seis horas) e sintomas depressivos.
Ao longo deste tempo, 1.463 participantes do estudo morreram por diferentes causas. Em todas, a síndrome do ritmo circadiano mostrou um índice maior, sendo associado à mortalidade por diabetes, doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais. Na amostra ocidental, houve relação ainda com causas como doença de Alzheimer, câncer, infecções, gripe e pneumonia.
“O CircS está fortemente associado ao aumento do risco de mortalidade. Essas descobertas ressaltam a importância de abordar as interrupções circadianas nas estratégias de saúde pública”, destaca a publicação.
O que atrapalha o ritmo circadiano?
Há múltiplos fatores relacionados à CircS, muitos deles ligados ao estilo de vida do paciente. Entre eles, estão os horários irregulares de sono, alta exposição à luz artificial durante a noite, como o uso excessivo de telas; exposição insuficiente à luz solar durante o dia, trabalho noturno ou em horários irregulares, além do uso de álcool, drogas ilícitas e consumo crônico de cafeína.
Mas há também outros fatores além das escolhas pessoais que podem prejudicar a regulação deste ciclo, como condições médicas subjacentes, ou seja, doenças que não são visíveis, e até influências ambientais.
Como melhorar o ritmo circadiano?
- Procure definir um horário para deitar todos os dias. Cochilos longos durante o dia também podem atrapalhar o momento de dormir.
- Antes de se deitar, troque a exposições à telas por rotinas relaxantes, como meditação ou banho morno.
- Pratique atividades físicas.
- Exponha-se à luz do sol assim que acordar.
- Evite o consumo de álcool ou cafeína durante a noite.
- Deixe o seu quarto escuro e silencioso.
- Invista em colchão e roupas de cama confortáveis.