A desembargadora Janete Vargas Simões, nova presidente do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES) para o biênio 2026-2027, afirmou que sua gestão, pretende ter a marca do diálogo, transparência e celeridade de processos.
Ela, que foi eleita em outubro e tem posse marcada para esta quinta-feira (11), é a primeira mulher a assumir a presidência do Tribunal em 134 anos, sendo um marco histórico para o Poder Judiciário capixaba.
“(Gostaria de deixar) a marca da sensibilidade, a marca do diálogo, a marca da transparência, a marca da comunicação efetiva com a sociedade, com o Ministério Público e com a Ordem (dos Advogados do Brasil), e uma marca de maior celeridade no julgamento dos processos”, afirmou nesta terça-feira (9), durante entrevista coletiva, ao lado do vice-presidente do TJ-ES, desembargador Fernando Zardini Antonio.
Janete destacou que o Tribunal de Justiça teve nos últimos anos a implementação do processo eletrônico, a utilização da Inteligência Artificial, colaborando com os magistrados e assessores, e garantiu que o índice de produtividade vai ser melhorado em sua gestão.
“Nós tivemos comarcas sem magistrados durante muitos anos, comarcas de difícil provimento. Faz a diferença quando você, na produtividade, tem que avaliar os processos não decididos, não julgados, não movimentados. Mas é estar dentro do eixo da nossa governança, trabalharmos com esses processos, com assessores e utilizando também a Inteligência Artificial”.
E continuou: “Sem esquecer de que a IA é uma ferramenta que pode contribuir com a celeridade do processo, mas jamais substitui o homem, o magistrado e o servidor. Eu prometo a vocês que no final do próximo ano nós teremos um índice melhor, muito melhor, em primeiro e segundo grau”.
A nova presidente do TJ-ES disse que o atendimento e visibilidade do Processo Judicial Eletrônico (PJe).
“Está no nosso foco e dentre os eixos da administração melhorar a comunicação, o recebimento das demandas naquelas comarcas que nós temos hoje, o ponto de integração digital e melhorar também a comunicação nas secretarias unificadas. Nós sabemos que nós temos alguns processos que correm segredo de justiça e nesses nós não podemos liberar a abertura, somente para os advogados, mas está no nosso eixo a melhoria do PJE e a melhoria também na comunicação”, enfatizou.
Trechos de falas da presidente do TJ-ES
Responsabilidade
“Tenho certeza que eu tenho pleno conhecimento da minha responsabilidade e do desafio gigantesco que eu vou enfrentar nos próximos dois anos. Mas eu também posso dizer que eu tenho o apoio integral dos meus pares, da magistratura e dos servidores do meu Tribunal de Justiça”.
Medidas afirmativas
“Nós já temos algumas medidas afirmativas no Tribunal de Justiça. O Tribunal de Justiça tem alguns projetos de alunos na escola da magistratura, outras para alunos negros, para se prepararem para o concurso da magistratura. Eu sei que ser mulher faz a diferença e precisamos muito de mais políticas públicas para que todas possam ser capacitadas e possam exercer uma atividade digna. É um processo que eu acredito muito lento, que necessita de grandes mudanças, que necessita de grandes investimentos do poder público para que traga a mulher pra esse papel de poder e de institucionalizadas”.
Inspiração
“A mensagem que eu tenho sempre deixado é de que é possível você conseguir o que você tem como meta, através da capacitação, através da determinação, do foco e de opções que você faz e fará na sua vida. É possível. Eu sei que não é fácil, é preciso que você tenha uma rede de apoio e nem todas conseguem ter essa rede de apoio, mas eu tenho certeza que nós estamos vivenciando um outro momento, um momento de inclusão das mulheres, um momento de inclusão de todos os segmentos da nossa sociedade. É possível chegar onde se quer”.