1) Como foi ter sido o deputado mais votado na região Sul do Espírito Santo?
Recebi o resultado das urnas com muita alegria e muita humildade. Agradeço cada
um dos 31.897 votos que recebi. É o meu primeiro mandato, acho que a população acreditou na
minha mensagem e no meu potencial de lutar por mais saúde e mais dignidade, com base numa
história profissional ligada à saúde. Sou médico radio-oncologista, continuo a trabalhar como
médico, que é a minha paixão, e tenho me dedicado muito ao mandato na Assembleia
Legislativa, para honrar cada voto e a confiança depositada em mim. Estou muito feliz com o
resultado do nosso trabalho e percebo nas ruas que as pessoas também estão satisfeitas.
Estamos chegando ao fim do primeiro semestre com muitas realizações.
2) Como está sendo o trabalho à frente da Comissão de Saúde na Assembleia?
Temos feito um trabalho relevante, dando voz a todo mundo: a classe médica, os pacientes,
associações, as prefeituras, a Secretaria Estadual de Saúde, os hospitais públicos e filantrópicos,
todos são ouvidos para que possamos melhorar o acesso à saúde. Acesso digno à saúde é um
direito de cada capixaba. Dentro dessa pauta, temos discutido várias temáticas, desde regulação
de consultas e exames a cirurgias, acesso a atendimento de média, alta e também baixa
complexidade, sempre fazendo um debate amplo com os municípios. Vamos ter uma comissão
de saúde plural, onde a população e as entidades têm voz.
3) O senhor é o autor da lei que instituiu o Estatuto da Pessoa com Câncer. Qual a
importância deste estatuto?
O Estatuto do Câncer é uma conquista importantíssima para a sociedade capixaba e é o primeiro
projeto de nossa autoria que virou Lei. É a Lei Estadual 11.815/2023, publicada no dia 28 de abril.
Agradeço ao governador Renato Casagrande por ter sancionado a proposta, e agradeço o voto
de meus colegas deputados estaduais: o projeto foi aprovado por unanimidade! O Estatuto
estabelece critérios básicos para assegurar o exercício pleno e em condições de igualdade de
todos os direitos humanos e liberdades fundamentais pelas pessoas com câncer, visando a sua
inclusão social e cidadania participativa plena e efetiva. A lei organiza e facilita o acesso aos
direitos do paciente. Ela determina, por exemplo, a priorização do atendimento da pessoa com
câncer por sua própria família, em detrimento de abrigo ou entidade de longa permanência. É
um grande avanço para todos nós!
4) Recentemente, foi debatido na Assembleia a adoção de Parcerias Público-Privadas
(PPPs) na área da saúde. Como seria isso?
Dentro do propósito de promover um amplo debate sobre saúde, ouvimos especialistas na
Comissão de Saúde sobre a modalidade de PPPs como uma alternativa para aprimorar a gestão
e desburocratizar o acesso aos serviços para a população. Foi mostrado na comissão que as PPPs
são regidas pela Lei Federal 11.079/2004, amplamente conhecidas em países da Europa. No
Brasil, temos cerca de 3,4 mil PPPs e 99 são na área de saúde. Penso que é um debate que
devemos fazer junto aos demais segmentos do setor.
5) Também na Comissão de Saúde da Assembleia, foi debatido a violência nas escolas, o que planeja sobre este tema?
Infelizmente já tivemos neste ano 3 ataques com mortes em escolas do país. Ouvimos
especialistas na área, entre psiquiatra, psicóloga, assistente social, Ministério Público…
Precisamos adotar medidas para garantir que as escolas sejam espaço de aprendizado,
acolhimento, tranquilidade. Como deputado, já fizemos 3 Indicações legislativas relativas ao
tema. A Indicação n° 655/2023 propõe que o governo do Estado estude a criação de um comitê
de combate à violência nas escolas, envolvendo os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, o
Ministério Público, a Amunes, a OAB e o Conselho de Psicologia do Espírito Santo. Já a Indicação
n° 596/2023 propõe que a Secretaria Estadual de Educação insira em seus quadros assistente
social e psicólogo, e essa proposta inclusive foi atendida pelo governo do Estado. Outra indicação
é a n° 548/2023, propondo que as Secretarias de Estado da Educação e da Saúde estudem a
criação do programa de saúde mental para a comunidade escolar nas unidades públicas do
estado. Temos contribuído para esse debate, para garantir a tranquilidade no ambiente escolar.
6) O senhor fez uma cobrança referente a “curva da morte” na rodovia ES-164. O que falta
para o projeto sair do papel?
A Curva da Morte é um trecho em uma região belíssima, com enorme potencial turístico, entre
Cachoeiro de Itapemirim e Vargem Alta. Esse trecho da estrada tem alto índice de acidentes, e
desde 2017 já existe um projeto prevendo a construção de uma rampa. Na terça-feira [dia 20 de
junho] estive pessoalmente com o governador Renato Casagrande e falamos sobre o assunto.
Estamos trabalhando para resolver. Já fiz também um ofício ao DER, solicitando celeridade na
realização da obra.
7) Como é sua relação com o governador Renato Casagrande? O que levou de assuntos
para a última reunião com ele?
Sou aliado do governo Renato Casagrande na Assembleia Legislativa e estamos juntos para levar
mais saúde e mais desenvolvimento para a região Sul e para todo o Espírito Santo. Estivemos
juntos em diversos momentos marcantes neste primeiro semestre, como na ordem de serviço
para o Hospital do Câncer, em Cachoeiro de Itapemirim, em março, na visita técnica ao aeroporto
de Cachoeiro, em inaugurações e eventos do governo. Nossa última reunião foi na terça-feira
passada, quando falamos sobre o financiamento da saúde, dos hospitais filantrópicos, turismo,
infraestrutura, a Rota do Frade e a Freira e a Curva da Morte, que mencionamos há pouco.
8) E da parceria com o Felipe Rigoni, presidente estadual do União Brasil? O que destaca?
Eu e Felipe Rigoni, atualmente secretário estadual de Meio Ambiente, somos do mesmo partido
e temos muitas afinidades políticas. É um grande amigo que fiz na política, a pessoa que me
acolheu no partido e possibilitou a minha candidatura a deputado estadual. Com ele na
Secretaria de Meio Ambiente, também mantemos diálogo sobre a melhoria e a ampliação dos
serviços de água e saneamento, que também é fundamental para a saúde da população.
9) Na convenção estadual do União Brasil, o senhor defendeu um novo ciclo na política
capixaba. O que seria esse novo ciclo?
É um diálogo que temos feito desde a eleição do ano passado. A política, como quase tudo na
vida, é feita de ciclos. Nos últimos 20 anos, a política no Espírito Santo foi marcada pelas gestões
do ex-governador Paulo Hartung e do governador Renato Casagrande, que está em seu terceiro
mandato, sendo o segundo consecutivo, e não poderá disputar mais uma reeleição. Estamos,
portanto, num momento de renovação da política capixaba. E devemos observar o legado já
realizado, para pensar o futuro. O Espírito Santo é um Estado com as contas equilibradas, é uma
referência para o país como o único Estado nota A no Tesouro Nacional. Temos um fundo
soberano para investir na nova economia, no desenvolvimento de startups. Temos investimentos
importantes sendo realizados em todo o Estado. Tudo isso precisa ser observado para a gente
preservar essa conquista, que é da sociedade capixaba.
10) Quais são seus planos para as eleições do próximo ano?
Bem, não tenho planos pessoais. Nossos projetos são construídos ouvindo a população, ouvindo
os aliados políticos, as entidades. Teremos eleições municipais e naturalmente vou participar do
processo eleitoral. Como vou participar? Esse é o diálogo que estamos tendo neste momento.
Estamos conversando, para avaliar o melhor caminho para o desenvolvimento regional, para que
possamos ter melhores serviços públicos, com mais acesso à saúde, com mais dignidade e mais
oportunidade para todos.