Natural de Barra de São Francisco, no Noroeste do Estado, o técnico em enfermagem Bruno de Paula Carvalho Fernandes, de 29 anos, foi morto na segunda-feira (1º), durante uma emboscada na linha de frente da Guerra na Ucrânia.
De acordo com a mãe do jovem, a estoquista Bethânia Paula da Silva, de 46 anos, o filho foi atraído ao país, a partir de grupos em redes sociais e de aplicativos de mensagens, que recrutam brasileiros, com a promessa de altos ganhos financeiros.
A mãe reclama da falta de informações sobre o corpo do filho e pediu ajuda à Embaixada do Brasil em Kiev, capital da Ucrânia. “Eles informaram que não podem fazer nada, até que o exército da Ucrânia se pronuncie em relação à morte do meu filho”, afirmou Bethânia.
A estoquista contou que o filho falou sobre o desejo de ir para a Ucrânia, mas toda a família foi contrária. “Ninguém concordou e acreditamos que o assunto tinha se encerrado”, afirmou a mãe.
Bethânia disse que Bruno estava morando e trabalhando em Governador Valadares, Minas Gerais, e pediu demissão dos dois empregos. Ela só ficou sabendo que o filho estava na Ucrânia na última semana de abril, quando ele publicou uma foto no status de uma rede social. “Meu filho proibiu a mulher dele de contar que ele iria”.
Bruno deixou a esposa, Cecília Fernandes, uma enteada de 6 anos e um filho de 5.
De acordo com a mãe, nas primeiras ligações, o filho disse que iria trabalhar em um hospital, na Ucrânia, mas foi enviado para a frente de guerra.
Há 25 dias, quando estava em uma missão para tentar recuperar a área de uma creche tomada pelos russos, ele foi ferido a tiros na mão, braço, perna e com dois tiros abaixo das nádegas.
Ele ficou em recuperação, mas em chamada de vídeo, às 11h31 de domingo (horário de Brasília), contou para a mãe que estava com movimentos involuntários na mão e iria para uma missão. “Ele falou que tinha parado para comer e que quando voltasse da missão, voltaria para casa”.
Na segunda-feira, às 9h50 (Brasília) e 15h50 (horário da Ucrânia, a família recebeu uma mensagem, informando sobre a morte do jovem. Segundo a mãe, ele foi morto em um ataque de drones, com um tiro na cabeça e outro na perna e morreu por falta de socorro médico.