Uma história que começou há 13 anos, em um projeto de Vila Velha, está aos poucos se tornando um sonho realizado. O capixaba Filipe Baioco, de 20 anos, é líbero da Seleção Brasileira sub-21 de Vôlei e sonha em vestir a amarelinha com a equipe principal – que tem hoje Maique e Thales como figurinhas carimbadas da posição.
Convocado pela primeira vez em 2020, o atleta foi campeão Sul-Americano da categoria no ano passado e levou para casa o prêmio individual de melhor líbero da competição. Olhando para o futuro, Filipe diz que sonha em representar o País nos Jogos Olímpicos.
“Tenho o objetivo de chegar até a seleção principal, mas também sonho muito em poder representar o Brasil nas Olímpiadas, como qualquer outro profissional”, conta ele, que espera ver mais atletas do Estado construindo uma carreira na modalidade.
“Acredito que o Espírito Santo voltando para a Superliga C é um grande passo porque tem vários atletas com potencial para jogar em grandes clubes e disputar campeonatos, tanto no cenário nacional quanto internacional”, disse o atleta.
Após 15 anos sem representantes na Superliga de Vôlei, este ano o Espírito Santo voltará a ter um time capixaba no maior torneio nacional da modalidade. O Capixaba Vôlei Clube foi apresentado oficialmente em março e irá disputar a Superliga C (terceira divisão). Para Felipe, esta pode ser a oportunidade que faltava para que o vôlei cresça no Estado e mais atletas sigam na carreira.
“Vejo que essa volta do Espírito Santo para a Superliga vai fazer com que os atletas capixabas sejam vistos e reconhecidos profissionalmente no esporte”, acredita o jogador.
“O que falta para que mais capixabas se destaquem é o incentivo ao esporte. Se surgirem oportunidades, teremos mais atletas do Espírito Santo em evidência nos cenários nacional e internacional”, finalizou Filipe.
Trajetória
Quando tinha 7 anos, Filipe Baioco, hoje com 20 anos, teve o primeiro contato com o vôlei. Nascido em Vila Velha, o atleta começou a conhecer e praticar a modalidade no projeto Vôlei Vida, que fica localizado no município canela-verde.
Segundo o líbero capixaba, o projeto foi responsável por ensinar a ele muito mais do que os fundamentos técnicos do voleibol.
“O projeto foi crucial para mim, tanto na minha formação profissional como atleta, como também na minha construção como ser humano. Desde quando comecei lá, foram eles que me ensinaram todos os fundamentos do vôlei, aprimoraram minhas técnicas e sempre me trouxeram muitos ensinamentos para ser a pessoa que sou hoje”.
Responsável pelos ensinamentos ao jovem líbero e por revelarem Filipe, o projeto Vôlei Vida tem também outros atletas descobertos pelo caminho, como o campeão mundial de vôlei de praia André Stein, que joga ao lado de George Wanderley.
Para Nazaré Freire Simões, que é uma das idealizadoras do projeto, junto com seu marido Robson Luiz Rodrigues, ter possibilitado a entrada desses e de outros atletas no esporte é motivo de orgulho.
“A alegria é imensa. Eles são como filhos. Vê-los voando nos enche de orgulho. Chegam ainda crianças e, quando saem, o sentimento é de dever cumprido”, afirmou Nazaré, que contou qual é o principal objetivo do projeto.
“Não imaginávamos que chegaria a essa proporção, mas o objetivo sempre foi e permanece o mesmo: melhorar as pessoas através do esporte. Essa é a nossa essência. Trabalhando muito para que novos talentos apareçam. Mas o foco principal continua sendo melhorar as pessoas”, ressaltou ela, que acredita que o Espírito Santo tem o potencial para muito mais.
“Nós temos muitas outras modalidades esportivas e muitos outros talentos que ainda precisam ser lapidados e apresentados para o Brasil. Mas ainda faltam oportunidades”, finalizou Nazaré.