segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Número de idosos que trabalham chega a 181 mil no ES, diz IBGE

O número de idosos — ou seja, pessoas com 60 anos ou mais — que trabalham no Espírito Santo bateu recorde e alcançou 181 mil. O dado é o mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), relativo ao terceiro trimestre deste ano, encerrado em setembro.

Nunca antes esse número havia ultrapassado a casa dos 180 mil, segundo o IBGE. “A divulgação trimestral tem como primeiro período de mensuração o 1º trimestre de 2012. Desde então, é a primeira vez em que o número de pessoas com 60 anos ou mais ocupadas na semana de referência no Espírito Santo atinge 181 mil”, informou o instituto em nota.

Esse avanço da chamada “geração prateada” reflete dois movimentos estruturais: o aumento da expectativa de vida e o impacto do custo de vida elevado, especialmente nos centros urbanos. Muitos não querem parar. Hoje, um profissional de 60 anos é ativo, produtivo e tem muito a contribuir com as empresas, diz o mentor e estrategista de negócios Roberto Vilela.

“Boa parte destes profissionais manteve uma disciplina não só na carreira, mas no cuidado com a saúde, o que dá a eles muita energia para seguir atuando. Para as empresas, isso é uma oportunidade gigantesca”, destacou.

Vilela lembrou que a longevidade aumentou, a expectativa de vida ativa também e, paralelamente, o mercado se tornou mais complexo:

“Isso criou uma combinação importante: profissionais com décadas de experiência continuam relevantes, porque carregam algo que não se forma da noite para o dia: repertório, visão de negócio, resiliência e maturidade emocional.”

Com o aumento da expectativa de vida, a aposentadoria já não é vista como o fim da vida produtiva, e sim uma fase com o desejo de se manter ativo, produtivo e engajado, prevenindo também quadros de depressão e solidão, contou o consultor sobre Turnover e Gerações, Mauro Wainstock.

“Se vamos viver mais, e os boletos continuam chegando após os 60 anos, precisamos ser remunerados. E, mesmo sem a necessidade financeira, muitos optam por continuar trabalhando para manter a mente em funcionamento ou simplesmente pela satisfação intrínseca do trabalho”, disse.

Profissionais mais velhos raramente faltam, têm menos atestados, além de um forte compromisso com as funções, segundo Liliane Menezes, gerente de RH da Vilfer Reciclagem: “Mas precisam investir em educação continuada.”

Desafio com mão de obra e busca por experientes
Empresas de todos os setores enfrentam desafios com dificuldade por mão de obra, e a saída, em muitos casos, está sendo buscar profissionais com 60 anos ou mais.

Muitas delas têm programas específicos para contratar esses profissionais, valorizando experiência, conhecimento e habilidades, segundo os especialistas.

A procura crescente por profissionais mais experientes é uma resposta direta à escassez de mão de obra qualificada, segundo Gisélia Freitas, diretora de Pessoas , Cultura e Diversidade do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças no Estado (Ibef-ES).

“É uma decisão pautada na busca por competências técnicas, contratar ou reter profissionais aposentados ou mais experientes também é, muitas vezes, uma estratégia para equilibrar culturas organizacionais”, disse.

Para Liliane Menezes, gerente de RH da Vilfer Reciclagem, a importância de continuar no mercado é grande tanto para o trabalhador quanto para a empresa.

“Para o profissional, representa autoestima e qualidade de vida. Já para a empresa, é a oportunidade de contar com alguém experiente, com conhecimento acumulado, senso de responsabilidade e estabilidade emocional”, contou.

Saiba mais
181 mil com 60 anos ou mais que trabalham aproximadamente no Espirito Santo, segundo dados do terceiro trimestre de 2025 (julho, agosto e setembro).

Desse total, 109 mil em situação de informalidade, o que corresponde a uma taxa de informalidade de 60,0%, e 72 mil ocupadas em trabalhos formais.

Esse avanço da chamada “geração prateada”, que compreende as pessoas com 60 anos ou mais, reflete dois movimentos estruturais: o aumento da expectativa de vida e o impacto do custo de vida elevado, especialmente nos grandes centros urbanos.

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