A montadora de ônibus Marcopolo anunciou que vai ampliar a sua fábrica, em São Mateus, Norte do Espírito Santo, e iniciará a produção de veículos 100% elétricos, um marco na indústria capixaba. Hoje, a empresa tem 2 mil funcionários e com os investimentos, serão criados até 400 novas vagas de empregos diretos.
O Attivi, ônibus urbano com o primeiro chassi elétrico feito pela Marcopolo, é o modelo que passará a ser produzido no Estado. Atualmente, a Marcopolo produz uma média de 16 veículos por dia em São Mateus. Com a produção do Attivi na unidade, a companhia terá capacidade para fabricar 26 veículos por dia.
O início da produção dos elétricos está prevista para começar em setembro do ano que vem e os investimentos totalizam R$ 50 milhões no decorrer do próximo ano, segundo o CEO da Marcopolo, André Armaganijan. Segundo ele, os ônibus elétricos produzidos no Estado vão atender o mercado brasileiro e também o mercado internacional, incluindo América Latina, África e Ásia.
O anúncio foi feito nesta quarta-feira (6), no Palácio Anchieta, em Vitória, ao lado do governador do Estado, Renato Casagrande, do vice-governador e secretário de Estado de Desenvolvimento, Ricardo Ferraço, e do secretário de Mobilidade e Infraestrutura, Fábio Damasceno.
“Nós fizemos um investimento de R$ 350 milhões e hoje (ontem) anunciamos mais R$ 50 milhões de investimento para ampliação da nossa estrutura. Estamos falando em novas tecnologias e descarbonização. Então nosso plano que começa a ser executado no9 ano quem vem com a produção desses ônibus. Esses R$ 50 milhões vão permitir que a gente traga novos processos da Marcopolo para cá”, disse Armaganijan.
Casagrande destacou a importância dos investimentos de uma empresa mundial, como a Marcopolo, no Estado, com participação do governo estadual com incentivo e financiamento. Além disso, o governador afirmou que vai de encontro com as pautas de sustentabilidade defendidas pelo governo. “É um investimento estratégico para o desenvolvimento do Estado e para o nosso desenvolvimento do País, para não sermos só importador de tecnologia e sim provedor de novas tecnologias”.
Ricardo Ferraço explicou que o anúncio da Marcopolo coloca o Estado como um hub na produção de ônibus elétricos de mais alta tecnologia. “Desenvolver o Espírito Santo tem sido uma obsessão, porque o desenvolvimento do Estado significa o desenvolvimento dos capixabas e a criação de emprego e oportunidades”, disse.
50 elétricos para o Transcol
O governo do Estado anunciou que vai comprar, entre o final do ano que vem e o início de 2025, 50 ônibus elétricos para compor a frota do Transcol que realiza o transporte público na Grande Vitória. Atualmente, a população já conta com quatro ônibus elétricos, dos cerca de 1.600 ônibus, além de outros 200 reservas.
Os ônibus elétricos vão ser equipados com mais acessibilidade e com dispositivos que vão de entradas USB para aparelhos eletrônicos a rede wifi e ar-condicionado, segundo o governador do Estado, Renato Casagrande e o o vice-governador e secretário de Estado de Desenvolvimento, Ricardo Ferraço.
A aquisição dos veículos elétricos para a frota do Transcol vai de encontro a agenda do governador na COP-28, e com o lançamento do Plano Estadual de Descarbonização e Neutralização de Gases de Efeito Estufa.
“O governo do Estado vai iniciar a compra dos novos veículos elétricos para que possamos iniciar nossa transição energética. Durante a COP-28 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), anunciamos a troca dos combustíveis fósseis da nossa frota de veículos leves para biocombustível e vamos iniciar a troca da frota do Sistema Transcol para elétricos”, afirmou o governador.
Casagrande ressaltou que o Estado precisa se preparar para receber a futura frota de ônibus elétricos, uma vez que, segundo ele, os veículos precisam de uma estrutura específica para operar.
“Antes, será preciso montarmos uma estrutura, junto à EDP para esses ônibus. O Fábio Damasceno (secretário de Mobilidade e Infraestrutura) já está autorizado a adquirir a frota. Vamos decidir o modelo da compra, se será feita diretamente pelo governo do Estado ou pelas empresas, já que eles custam três vezes mais que os outros modelos”, disse.