No cenário político de Marataízes, a tempestade antes da bonança é feita de burburinhos, insinuações e a esperança que se molda das palavras que, ainda que não tenham sido ditas, se mostram evidentes nos detalhes. A recente aparição de Júnior do Jucy em um vídeo ao lado do deputado estadual Wellington Callegari (PL) atiça a imaginação de quem anseia por uma mudança de representatividade no município.
O empresário Júnior, detentor da Rede Jucy, que marca presença em Marataízes, Piúma e Cachoeiro de Itapemirim, é conhecido não apenas pelos negócios, mas por seu carisma e facilidade em conectar-se com as pessoas, especialmente através das redes sociais. Esta habilidade comunicativa, atrelada ao sucesso nos negócios, constrói em muitos a imagem do “político natural”. E sua frase enigmática no vídeo – “sem ser alguém que possa representar, ainda…” – mais parece um convite a esperar por uma eventual candidatura do que um mero comentário.
Mas para além da especulação, há outros elementos que se alinham para fortalecer essa ideia. Desde a emancipação de Marataízes em 1992, com a eleição e reeleição de Ananias Vieira, não se vê um prefeito que represente a linha evangélica. Uma ausência notável, visto que a população de Marataízes é majoritariamente evangélica. Júnior, caso realmente decida concorrer, poderia vir a preencher essa lacuna, adicionando uma representatividade há muito desejada.
Porém, e como bem sabemos, a política não se faz somente de carisma e boas intenções. O empresário, se de fato ingressar nesse novo desafio, terá que adaptar-se, talvez até reinventar-se. A promoção de uma marca comercial possui suas nuances, mas a de uma cidade e de suas pessoas é recheada de responsabilidades, escrutínio e compromissos.
A menção de Júnior do Jucy no universo político de Marataízes balança as estruturas locais. O atual prefeito, Tininho Batista, que não pode concorrer a reeleição, mas planeja lançar um nome, o ex-prefeito Toninho Bitencourt, que é pré-candidato, e o também pré-candidato Marcos Vivácqua têm agora mais um nome para observar, ponderar e, quem sabe, preocupar-se.
Marataízes, como o fruto tropical tão simbólico de nossa terra, o abacaxi, tem em seu núcleo uma doçura singular. No entanto, sua coroa, assim como o cenário político, é repleta de desafios e espinhos. Afinal, a política é a arte do possível. E só o tempo dirá se Júnior do Jucy está preparado para enfrentar essa coroa e trazer ainda mais doçura para o povo de Marataízes. Vamos aguardar…