O Espírito Santo é o maior produtor e exportador de pimenta-rosa (aroeira) do Brasil. São Mateus, na Região Norte, é responsável por mais da metade da produção do estado e recentemente recebeu a Indicação Geográfica (IG), que garante o selo de um produto ou serviço como originário de um local, região ou país e atende todas as exigências do mercado.
A concessão da indicação publicada pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) fortalece o nome do município nos mercados nacional e internacional.
A produção é voltada principalmente para exportação, sendo consumida em mercados como os da Europa, Ásia e Estados Unidos. Devido à valorização no exterior, a pimenta-rosa passou a figurar como um dos principais produtos na pauta de exportação capixaba.
São Mateus é grande polo de produção e processamento, líder nas técnicas de manejo da espécie e considerado o maior produtor e exportador mundial desde 2012, além de ser reconhecido, em 2020, como capital estadual das especiarias, de acordo com a documentação enviada pela Associação dos Produtores de Aroeira do Espírito Santo (NATIVA).
Em 2016, por exemplo, a produção capixaba chegou a cerca de 300 toneladas por ano, sendo 200 colhidas apenas em São Mateus.
O cultivo teve início há cerca de 20 anos, como complementação de renda das pessoas que viviam da pesca e da cata do caranguejo, tendo grande sucesso produtivo. Esse êxito se deve às condições da região litorânea onde se localiza o município, com solo bem drenado e arenoso, bem como às características da produção que favorecem seu desenvolvimento, tendo custo relativamente baixo.
Deve-se destacar ainda a qualidade do produto, que influencia diretamente na notoriedade de São Mateus. De acordo com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), a pimenta-rosa da cidade possui qualidade superior e menor toxicidade que a especiaria produzida em outras regiões.
Ana Paula Martin, uma das produtoras beneficiadas com o selo, destacou a possibilidade de expandir os negócios com a certificação.
“É a garantia do mercado e a garantia também da qualidade dos nossos produtos e o reconhecimento em todo âmbito nacional e internacional”, disse a produtora.
A certificação também aumenta a responsabilidade dos produtores, que precisam manter o alto padrão do produto.
“Tem que ter pessoas dentro da associação, uma organização, um bom controle de qualidade para poder manter essa fama, essa qualidade, e a gente não correr o risco de ficar uma indicação geográfica engavetada e sem uso ou vir a perder esse selo”, disse Fabiana Ruas, técnica do Incaper.