Um dos acordeonistas mais importantes de sua geração, Marcelo Caldi (RJ) é o convidado do próximo concerto da Orquestra Jovem Vale Música, nesta quinta-feira (22), às 20 horas, no Teatro Universitário, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Vitória.
Com regência do maestro Lucas Anizio, o programa vai revisitar a obra do inesquecível sanfoneiro e compositor Dominguinhos (1941-2013), nascido em Guaranhuns, em Pernambuco, em arranjos sinfônicos preparados especialmente para o espetáculo.
O concerto “Orquestra Jovem Vale Música convida Marcelo Caldi – Homenagem a Dominguinhos” tem patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
A entrada é franca, e os ingressos podem ser retirados na bilheteria do teatro, uma hora antes do início do espetáculo.
Segundo o maestro Lucas Anizio, a homenagem a Dominguinhos nasceu da ideia de valorizar a cultura brasileira e expandir o conhecimento dos alunos e do público que acompanha o Projeto Vale Música Espírito Santo.
“Este ano se completa 10 anos da morte de Dominguinhos e essa foi a forma que encontramos de homenagear este grande artista e trabalhar os ritmos brasileiros presentes em sua obra”, explica o maestro.
Com arranjos e interpretações de Marcelo Caldi, o repertório reunirá sucessos de Dominguinhos, como Eu só quero um xodó, Lamento sertanejo e De volta pro meu aconchego, entre outras preciosidades da obra do compositor, que se notabilizou como herdeiro de Luiz Gonzaga e modernizador da sanfona dentro da linha evolutiva da MPB.
“Foi bem difícil escolher entre tantas obras incríveis desse compositor. Sua musicalidade se destaca através de suas lindas melodias e letras inesquecíveis, acompanhadas do seu acordeon. Tudo foi pensado com muito carinho e esperamos qu e o público aprecie este momento”, afirma o maestro.
Orquestra Sanfônica
Pianista, compositor, arranjador sinfônico, produtor, cantor, maestro e diretor musical, Marcelo Caldi apresentou-se como solista de acordeon em concertos com as orquestras Petrobras Sinfônica, Sinfônica da Bahia, Sinfônica Cesgranrio, Sinfônica da UFF e Sinfônica do Recife, e já levou seu trabalho para Portugal, França, Itália, Alemanha e Japão. Entre outras atividades, é fundador e maestro da Orquestra Sanfônica do Rio de Janeiro.
Para o músico, a expectativa do concerto com a Orquestra Jovem Vale Música é a melhor possível.
“Tenho muito carinho pelas orquestras jovens, pelas orquestras de projetos sociais e profissionais. Eu me dedico porque sei que esses projetos têm um valor incrível, uma importância grande tanto como edição musical quanto como inclusão social. Tenho a alegria de poder fornecer meus arranjos, minhas contribuições musicais, a minha visão da música. Há mais de 10 anos atuo em orquestras pelo Brasil afora e será a minha primeira vez em Vitória”, revela Marcelo Caldi.
Em 2021, o acordeonista homenageou os 80 anos de Dominguinhos com a Orquestra Sanfônica do Rio de Janeiro, em uma celebração que teve participação especial de artistas como Lucy Alves e Juliana Linhares. Na visão dele, Dominguinhos é um norte para todos os sanfoneiros nos dias de hoje.
“Ele é um sanfoneiro de reconhecimento internacional e que tem as características completas de um músico: sensibilidade para tocar músicas das mais simples às mais complexas e virtuosas, incluindo as tristes e românticas. Inseriu a sanfona no ambiente da MPB, com canções que são reconhecidas em parcerias com Gilberto Gil, Anastácia, Chico Buarque. Dominguinhos também concebeu música instrumental de altíssima qualidade e de virtuosismo solando na sanfona”, exemplifica.
Possibilidades ilimitadas
Assim como Dominguinhos, Sivuca e outros sanfoneiros consagrados, Marcelo Caldi corrobora com a ideia de que a sanfona é um instrumento de possibilidades ilimitadas.
“A sanfona tem possibilidades harmônicas imensas. Ela faz melodias, acompanhamentos, e faz um ritmo harmônico muito específico. É muito interessante essa conjugação entre a mão esquerda e a direita e o fole auxiliando a expressividade do instrumento”, ensina o músico, comparando a sanfona com o piano.
“Diferentemente do piano, ela tem o fole que dá expressividade a cada nota. Você tem a possibilidade de fazer uma vibratória, de fazer uma nota que cresce e decresce. A sanfona nasceu para substituir os órgãos de igreja, é um órgão portátil e que pode fazer contrapontos. Tem todas as possibilidades para representar uma orquestra, por isso nada melhor do que uma sanfona sinfônica”, completa.
Serviço
Orquestra Jovem Vale Música convida Marcelo Caldi – Homenagem a Dominguinhos, com regência de Lucas Anizio
Data e horário: 22/jun (quinta-feira), às 20h
Local: Teatro Universitário – Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) – Av. Fernando Ferrari, 514, Goiabeiras, Vitória
Entrada: Gratuita (retirada de ingressos na bilheteria do teatro, uma hora antes do início do espetáculo)