sábado, 22 de fevereiro de 2025

Gravidez: entenda cardiopatia, pré-eclâmpsia e síndrome de HELLP

Cardiologista explica a diferença entre as doenças e apresenta cuidados essenciais para mãe e bebê

A gravidez é um período de intensas mudanças no corpo da mulher, exigindo maior trabalho do coração e do sistema circulatório. Para gestantes com cardiopatia, essa fase pode representar riscos adicionais, tornando essencial o acompanhamento médico especializado. Além disso, condições como a pré-eclâmpsia — caracterizada pelo aumento da pressão arterial e presença de proteínas na urina — e a síndrome de HELLP, uma complicação grave que afeta o fígado e as plaquetas, podem agravar o quadro e aumentar os riscos para a mãe e o bebê.

Segundo o cardiologista Dr. Osmar Calil, especialista cardiopatia na gravidez, “durante a gravidez, o volume sanguíneo da mulher aumenta cerca de 50%, o que pode sobrecarregar o coração. Em pacientes com doenças cardíacas pré-existentes, essa sobrecarga pode levar a complicações graves se não houver um controle rigoroso. ”

Os tipos de cardiopatia variam, podendo ser congênitos (presentes desde o nascimento) ou adquiridos ao longo da vida. Doenças como insuficiência cardíaca, arritmias e hipertensão pulmonar são algumas das condições que exigem atenção redobrada.

Relação entre cardiopatia e pré-eclâmpsia

A pré-eclâmpsia afeta entre 5% e 8% das gestações e é mais comum em mulheres com hipertensão crônica, doenças cardíacas ou histórico familiar da condição. Os principais sintomas incluem aumento súbito da pressão arterial, inchaço excessivo, dor de cabeça intensa e visão turva.

“O problema da pré-eclâmpsia é que, se não for diagnosticada e tratada rapidamente, pode evoluir para eclâmpsia, uma condição grave que pode levar a convulsões e risco de morte para a mãe e o bebê”, alerta Dr. Osmar.

Já a síndrome de HELLP é uma complicação da pré-eclâmpsia e se caracteriza por hemólise (destruição das células vermelhas do sangue), aumento das enzimas hepáticas e baixa contagem de plaquetas. “A síndrome de HELLP pode causar danos graves ao fígado e aumentar o risco de sangramentos internos. É uma emergência obstétrica que pode exigir parto imediato para preservar a vida da mãe e do bebê”, explica o especialista.

Diagnóstico e acompanhamento

A detecção precoce da cardiopatia e da pré-eclâmpsia é essencial para planejar os cuidados necessários. “O ideal é que mulheres com doenças cardíacas façam um planejamento pré-gestacional com o cardiologista e o obstetra, para avaliar os riscos e definir estratégias seguras”, orienta Dr. Osmar.

Durante a gravidez, exames como ecocardiograma e eletrocardiograma são utilizados para monitorar a saúde do coração da mãe e a evolução do bebê. Em alguns casos, a internação pode ser necessária para controle rigoroso dos sintomas.

Cuidados essenciais

O tratamento da cardiopatia na gravidez varia conforme a gravidade do quadro. Em muitos casos, é possível levar a gestação até o final com medicações controladas e ajustes na rotina.

Entre as principais recomendações médicas estão: acompanhamento multidisciplinar, monitoramento rigoroso da pressão arterial para evitar picos hipertensivos, dieta equilibrada e controle do ganho de peso, evitando retenção excessiva de líquidos. È recomendável também uso de medicamentos seguros para controle da hipertensão, conforme orientação médica, além de repouso e redução do estresse, quando indicado para evitar sobrecarga cardíaca.

Em relação ao parto, a escolha entre normal e cesárea depende da condição clínica da mãe. “Cada caso é avaliado individualmente. Se a paciente tem pré-eclâmpsia grave ou sinais de síndrome de HELLP, pode ser necessário antecipar o parto para preservar a saúde materno-fetal”, explica Dr. Osmar.

Pós-parto e qualidade de vida

Após o nascimento do bebê, os cuidados com o coração e a pressão arterial devem continuar, já que o período pós-parto também impõe desafios ao organismo da mãe. A pré-eclâmpsia pode evoluir para complicações como a síndrome de HELLP, caracterizada por alterações no fígado e plaquetas, aumentando o risco de sangramentos e insuficiência orgânica.

“A gravidez em pacientes cardiopatas ou com risco de pré-eclâmpsia não é uma contraindicação absoluta, mas exige um acompanhamento extremamente cuidadoso. Com a orientação adequada, é possível passar por esse período com segurança e saúde”, conclui Dr. Osmar Calil.

Matéria relacionada

Iniciativa de Messias Donato assegura a realização de procedimentos para reverter à cirurgia de mudança de sexo no SUS

Iniciativa de Messias Donato assegura a realização de procedimentos para reverter à cirurgia de mudança de sexo no SUS

O Projeto de Lei 2660/24 estipula que o Sistema Único de Saúde (SUS) deve assegurar a possibilidade de reverter à cirurgia de transição de sexo, visando atender aqueles que se

8ª edição da Corrida Rústica de Verão de Presidente Kennedy acontece neste sábado (22)

8ª edição da Corrida Rústica de Verão de Presidente Kennedy acontece neste sábado (22)

A 8ª edição da Corrida Rústica de Verão de Presidente Kennedy acontece neste sábado (22), com largada marcada para às 16h. O percurso, como nas edições anteriores, será entre as

A Inflação e o Peso da Má Gestão Econômica no Brasil

A Inflação e o Peso da Má Gestão Econômica no Brasil

A inflação no Brasil tem sido um inimigo silencioso, corroendo o poder de compra da população e tornando a vida cada vez mais difícil. Ir ao mercado virou um teste

Gravidez: entenda cardiopatia, pré-eclâmpsia e síndrome de HELLP

Gravidez: entenda cardiopatia, pré-eclâmpsia e síndrome de HELLP

Cardiologista explica a diferença entre as doenças e apresenta cuidados essenciais para mãe e bebê A gravidez é um período de intensas mudanças no corpo da mulher, exigindo maior trabalho

Contribuinte já pode retirar guias de IPTU e Taxa de Lixo no site da prefeitura

Contribuinte já pode retirar guias de IPTU e Taxa de Lixo no site da prefeitura

Os contribuintes de Vila Velha já podem acessar as guias de pagamento do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbano (IPTU) e da Taxa de Coleta de Lixo de