segunda-feira, 7 de julho de 2025

Glicemia alta: veja sintomas, o que fazer e como baixar

A glicemia alta no sangue é uma preocupação crescente entre os especialistas, especialmente com o aumento de casos de diabetes tipo 2 em todo o mundo. Mas você sabe o que significa ter glicemia alta ou simplesmente o que é glicemia?

Glicemia é a concentração de glicose no sangue, que costuma ser medida através do exame de sangue. As medidas de glicose podem ser realizadas para o diagnóstico de diabetes e pré-diabetes, ou ainda para avaliar o controle de glicose em pessoas já têm a doença.

Como é feito o diagnóstico?

“Para o diagnóstico, a glicose no sangue, em jejum, é considerada alterada a partir de 100 mg/dl. Se estiver entre 100 e 125mg/dl é compatível com pré-diabetes e, se estiver acima de 125 mg/dl, é compatível com diabetes. Para fazer o diagnóstico de diabetes, é necessário ter dois ou mais exames alterados”, explica a médica endocrinologista Melanie Rodacki, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e do departamento de diabetes tipo 1 da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).

Outra forma de diagnosticar o diabetes é através de hemoglobina delicada, que é um reflexo do excesso de glicose no sangue (a glicose ligada a outras moléculas). O normal é ser menor do que 5,7%, o diagnóstico de diabetes é maior ou igual a 6,5 %, e os valores entre 5.7 e 6,5 % são chamados de pré-diabetes.

Outra forma seria através da curva glicêmica, onde o paciente recebe uma sobrecarga de glicose e avalia o nível de glicose no sangue após duas horas, sendo diabetes o valor > ou = 200 mg/dl.

“Recentemente, a Sociedade Brasileira de Diabetes incluiu o critério de uma hora na curva glicêmica, que acima de 209 mg/dl já confirma o diagnóstico de diabetes, tornando o teste mais rápido. É importante ressaltar que, se o paciente está assintomático (sem sintomas), precisa ter resultados de dois exames alterados (qualquer um desses). Por isso, às vezes é necessário repetir o exame de sangue”, esclarece a médica endocrinologista Joana Dantas, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes Regional do Rio de Janeiro (SBD-RJ).

“Por outro lado, se o paciente está com sintomas de diabetes como urinar muito, beber bastante água, uma glicemia acima de 200 mg/dl, qualquer hora do dia, já fecha esse diagnóstico”, completa a doutora.

Atualmente, as medidas de glicose obtidas com sensor de glicose não são usadas para o diagnóstico de diabetes. Se houver glicose a partir de 200 mg/dl com sintomas e sinais clássicos de glicose alta (muita fome, sede, perda de peso, inexplicável e acordar à noite para urinar), também pode ser realizado o diagnóstico de diabetes.

Para pessoas que já têm o diagnóstico de diabetes, os especialistas explicam que a medida de glicose a ser mantida varia de acordo com características clínicas e horários. O recomendado é manter níveis de 80 a 130 mg/dl, mas essa meta pode ser alterada em grupos específicos, como idosos frágeis, que devem manter níveis de glicose mais elevados.

As medidas de glicose na ponta do dedo e obtidas no sensor de glicose também podem ser usadas para avaliar o controle de glicose em pessoas com diabetes.

“Geralmente, consideramos níveis adequados uma glicose de jejum de 80 a 130 mg/dl, glicose após a refeição abaixo de 180 mg/dl, glicose ao deitar de 90 a 150 mg/dl. Outros parâmetros de avaliação do controle de glicose podem ser vistos em pessoas que utilizam o sensor de glicose, como o tempo no alvo (tempo mantido entre 70 e 180 mg/dl), que deve ser acima de 70%. O alvo de hemoglobina glicada recomendado para pessoas com diabetes é variável, mas na maioria dos casos preconiza-se manter níveis abaixo de 7%”, orienta Melanie Rodacki.

Sintomas que podem indicar diagnóstico de glicemia alta

A hiperglicemia, ou glicemia alta, pode causar uma série de sintomas, reflexo direto da dificuldade do organismo em metabolizar a glicose adequadamente. Esses sinais são importantes para o diagnóstico precoce do diabetes e de outras condições metabólicas. Confira abaixo os principais sintomas e suas explicações, de acordo com a fisiologista do exercício, Bianca Vilela.

Sede ou fome excessiva – a glicose elevada no sangue aumenta a osmolaridade plasmática, levando à desidratação celular, muito comum nos quadros de diabetes. O cérebro interpreta isso como sede, levando a um aumento no consumo de líquidos. Já a fome excessiva ocorre porque, apesar da glicose alta, as células não conseguem absorvê-la com eficiência devido à falta ou resistência à insulina, levando o organismo a demandar cada vez mais energia;

Vontade de urinar muito – o excesso de glicose no sangue ultrapassa a capacidade dos rins de reabsorvê-la, resultando em glicosúria (eliminação de glicose na urina). A glicose atrai água por osmose, aumentando o volume urinário (poliúria);

Acordar à noite para urinar – o aumento da diurese não se restringe ao período diurno. Durante a noite, a necessidade de eliminar o excesso de glicose faz com que a pessoa acorde diversas vezes para urinar (noctúria);

Perda de peso inexplicável – quando as células não conseguem utilizar a glicose para produzir energia, o corpo recorre à quebra de gordura e massa muscular para suprir essa demanda, resultando em emagrecimento sem uma causa aparente;

Visão embaçada – a hiperglicemia provoca flutuações na hidratação do cristalino, alterando sua curvatura e dificultando o foco, o que resulta em visão embaçada;

Dor de cabeça – o desequilíbrio osmótico causado pela hiperglicemia pode levar à desidratação, afetando a circulação cerebral e desencadeando cefaleia;

Cansaço frequente – a fadiga ocorre porque, sem insulina suficiente ou funcional, a glicose não entra adequadamente nas células para gerar energia, deixando o organismo em um estado de déficit energético;

Candidíase de repetição e outras infecções frequentes – o excesso de glicose no sangue e nos tecidos favorece o crescimento de fungos e bactérias, comprometendo a resposta imunológica e tornando o organismo mais suscetível a infecções recorrentes.

Medidas que podem ser utilizadas para baixar a glicemia alta

Para quem possui diabetes tipo 1:

O diabetes tipo 1 é autoimune, ou seja, há uma destruição das células pancreáticas que produzem insulina. Logo, é necessário utilizar insulina durante toda a vida. Em pessoas com diabetes tipo 1, além do uso de insulina, há outras medidas que ajudam a baixar a glicose alta, como alimentação adequada e atividade física.

A prática de exercícios é extremamente benéfica para pessoas que fazem parte deste grupo, reduzindo o risco cardiovascular, melhorando o controle da glicose e reduzindo o risco de complicações do diabetes. Entretanto, como a atividade física, geralmente, leva a uma diminuição da glicose, é importante tomar cuidado durante e após a prática de exercícios quanto ao risco de glicose baixa demais. Ajustes de dose de insulina, geralmente, são necessários para isso.

Para quem possui diabetes tipo 2:

Cerca de 90% dos pacientes com diabetes tipo 2 também sofrem de obesidade e síndrome metabólica. Além disso, a maior parte dos pacientes com diabetes tipo 2 tem resistência à insulina. Com isso, o pâncreas precisa produzir mais insulina, porém o órgão não consegue compensar, desenvolvendo a hiperglicemia.

Esses indivíduos respondem bem a uma dieta balanceada com uma restrição moderada de carboidratos, priorizando carboidratos complexos. A doença é tratada com medicamentos e ajustes no estilo de vida, como a prática regular de atividade física e alimentação adequada. O uso da insulina pode ser necessário, especialmente em fases mais tardias da vida.

“Se o paciente também tiver obesidade associada também há a necessidade de uma moderada restrição calórica para obter perda de peso, o que já leva a uma melhora do diabetes. Perdas de peso modestas, entre 5 e 7% do peso inicial da pessoa, já levam a melhora da glicose”, destaca Joana Dantas.

A redução de peso, com redução de gordura corporal, leva a uma redução da glicose, pois melhora a sensibilidade à insulina (diminui a resistência à insulina). A atividade física também atua de forma potente para melhorar o controle da glicose, melhorando a sensibilidade do corpo à insulina.

“Além dessas medidas, preferir alimentos de farinha integral ao invés de farinha branca e aumentar a quantidade de vegetais na dieta, com aumento da ingesta de fibras, ajuda a reduzir picos de glicose após as refeições, tanto em pessoas com diabetes tipo 1 quanto tipo 2. Beber água e manter uma boa hidratação também podem abaixar a glicose. Um sono adequado é outra medida que pode melhorar o controle da glicose”, indica Melanie Rodacki.

Fique alerta!

A glicose alta, por vezes, não causa nenhum sintoma, mas é muito prejudicial para a saúde. Por isso, todas as pessoas a partir de 35 anos devem fazer exame de glicose para investigar se estão com a glicose elevada.

Além disso, pessoas abaixo dessa idade com excesso de peso e um ou mais fatores de risco também devem fazer o exame (parentes de primeiro grau de pessoas com diabetes, história de doença cardiovascular, pressão alta, HDL baixo ou triglicerídeos aumentados, síndrome de ovários policísticos, sedentarismo e sinais clínicos de resistência à ação de insulina, como uma mancha na pele chamada acantose nigricans) também devem fazer exame de sangue para dosar a glicose.

Outras indicações são as mulheres que tiveram diabetes na gestação, indivíduos com alguma doença que leve ao aumento de glicose ou que faz uso de medicamentos que elevem o nível de glicose, como corticóides, por exemplo.

Lembre-se: Nem sempre a glicose alta é percebida. Por vezes, ela está elevada e não causa nenhum sintoma ou sinal. Porém, isso não quer dizer que não traga problemas para a sua saúde. Mesmo sem sintomas, a glicose alta pode trazer problemas sérios futuramente, caso não seja tratada de forma adequada.

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