terça-feira, 14 de outubro de 2025

Glicemia alta: veja sintomas, o que fazer e como baixar

A glicemia alta no sangue é uma preocupação crescente entre os especialistas, especialmente com o aumento de casos de diabetes tipo 2 em todo o mundo. Mas você sabe o que significa ter glicemia alta ou simplesmente o que é glicemia?

Glicemia é a concentração de glicose no sangue, que costuma ser medida através do exame de sangue. As medidas de glicose podem ser realizadas para o diagnóstico de diabetes e pré-diabetes, ou ainda para avaliar o controle de glicose em pessoas já têm a doença.

Como é feito o diagnóstico?

“Para o diagnóstico, a glicose no sangue, em jejum, é considerada alterada a partir de 100 mg/dl. Se estiver entre 100 e 125mg/dl é compatível com pré-diabetes e, se estiver acima de 125 mg/dl, é compatível com diabetes. Para fazer o diagnóstico de diabetes, é necessário ter dois ou mais exames alterados”, explica a médica endocrinologista Melanie Rodacki, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e do departamento de diabetes tipo 1 da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).

Outra forma de diagnosticar o diabetes é através de hemoglobina delicada, que é um reflexo do excesso de glicose no sangue (a glicose ligada a outras moléculas). O normal é ser menor do que 5,7%, o diagnóstico de diabetes é maior ou igual a 6,5 %, e os valores entre 5.7 e 6,5 % são chamados de pré-diabetes.

Outra forma seria através da curva glicêmica, onde o paciente recebe uma sobrecarga de glicose e avalia o nível de glicose no sangue após duas horas, sendo diabetes o valor > ou = 200 mg/dl.

“Recentemente, a Sociedade Brasileira de Diabetes incluiu o critério de uma hora na curva glicêmica, que acima de 209 mg/dl já confirma o diagnóstico de diabetes, tornando o teste mais rápido. É importante ressaltar que, se o paciente está assintomático (sem sintomas), precisa ter resultados de dois exames alterados (qualquer um desses). Por isso, às vezes é necessário repetir o exame de sangue”, esclarece a médica endocrinologista Joana Dantas, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes Regional do Rio de Janeiro (SBD-RJ).

“Por outro lado, se o paciente está com sintomas de diabetes como urinar muito, beber bastante água, uma glicemia acima de 200 mg/dl, qualquer hora do dia, já fecha esse diagnóstico”, completa a doutora.

Atualmente, as medidas de glicose obtidas com sensor de glicose não são usadas para o diagnóstico de diabetes. Se houver glicose a partir de 200 mg/dl com sintomas e sinais clássicos de glicose alta (muita fome, sede, perda de peso, inexplicável e acordar à noite para urinar), também pode ser realizado o diagnóstico de diabetes.

Para pessoas que já têm o diagnóstico de diabetes, os especialistas explicam que a medida de glicose a ser mantida varia de acordo com características clínicas e horários. O recomendado é manter níveis de 80 a 130 mg/dl, mas essa meta pode ser alterada em grupos específicos, como idosos frágeis, que devem manter níveis de glicose mais elevados.

As medidas de glicose na ponta do dedo e obtidas no sensor de glicose também podem ser usadas para avaliar o controle de glicose em pessoas com diabetes.

“Geralmente, consideramos níveis adequados uma glicose de jejum de 80 a 130 mg/dl, glicose após a refeição abaixo de 180 mg/dl, glicose ao deitar de 90 a 150 mg/dl. Outros parâmetros de avaliação do controle de glicose podem ser vistos em pessoas que utilizam o sensor de glicose, como o tempo no alvo (tempo mantido entre 70 e 180 mg/dl), que deve ser acima de 70%. O alvo de hemoglobina glicada recomendado para pessoas com diabetes é variável, mas na maioria dos casos preconiza-se manter níveis abaixo de 7%”, orienta Melanie Rodacki.

Sintomas que podem indicar diagnóstico de glicemia alta

A hiperglicemia, ou glicemia alta, pode causar uma série de sintomas, reflexo direto da dificuldade do organismo em metabolizar a glicose adequadamente. Esses sinais são importantes para o diagnóstico precoce do diabetes e de outras condições metabólicas. Confira abaixo os principais sintomas e suas explicações, de acordo com a fisiologista do exercício, Bianca Vilela.

Sede ou fome excessiva – a glicose elevada no sangue aumenta a osmolaridade plasmática, levando à desidratação celular, muito comum nos quadros de diabetes. O cérebro interpreta isso como sede, levando a um aumento no consumo de líquidos. Já a fome excessiva ocorre porque, apesar da glicose alta, as células não conseguem absorvê-la com eficiência devido à falta ou resistência à insulina, levando o organismo a demandar cada vez mais energia;

Vontade de urinar muito – o excesso de glicose no sangue ultrapassa a capacidade dos rins de reabsorvê-la, resultando em glicosúria (eliminação de glicose na urina). A glicose atrai água por osmose, aumentando o volume urinário (poliúria);

Acordar à noite para urinar – o aumento da diurese não se restringe ao período diurno. Durante a noite, a necessidade de eliminar o excesso de glicose faz com que a pessoa acorde diversas vezes para urinar (noctúria);

Perda de peso inexplicável – quando as células não conseguem utilizar a glicose para produzir energia, o corpo recorre à quebra de gordura e massa muscular para suprir essa demanda, resultando em emagrecimento sem uma causa aparente;

Visão embaçada – a hiperglicemia provoca flutuações na hidratação do cristalino, alterando sua curvatura e dificultando o foco, o que resulta em visão embaçada;

Dor de cabeça – o desequilíbrio osmótico causado pela hiperglicemia pode levar à desidratação, afetando a circulação cerebral e desencadeando cefaleia;

Cansaço frequente – a fadiga ocorre porque, sem insulina suficiente ou funcional, a glicose não entra adequadamente nas células para gerar energia, deixando o organismo em um estado de déficit energético;

Candidíase de repetição e outras infecções frequentes – o excesso de glicose no sangue e nos tecidos favorece o crescimento de fungos e bactérias, comprometendo a resposta imunológica e tornando o organismo mais suscetível a infecções recorrentes.

Medidas que podem ser utilizadas para baixar a glicemia alta

Para quem possui diabetes tipo 1:

O diabetes tipo 1 é autoimune, ou seja, há uma destruição das células pancreáticas que produzem insulina. Logo, é necessário utilizar insulina durante toda a vida. Em pessoas com diabetes tipo 1, além do uso de insulina, há outras medidas que ajudam a baixar a glicose alta, como alimentação adequada e atividade física.

A prática de exercícios é extremamente benéfica para pessoas que fazem parte deste grupo, reduzindo o risco cardiovascular, melhorando o controle da glicose e reduzindo o risco de complicações do diabetes. Entretanto, como a atividade física, geralmente, leva a uma diminuição da glicose, é importante tomar cuidado durante e após a prática de exercícios quanto ao risco de glicose baixa demais. Ajustes de dose de insulina, geralmente, são necessários para isso.

Para quem possui diabetes tipo 2:

Cerca de 90% dos pacientes com diabetes tipo 2 também sofrem de obesidade e síndrome metabólica. Além disso, a maior parte dos pacientes com diabetes tipo 2 tem resistência à insulina. Com isso, o pâncreas precisa produzir mais insulina, porém o órgão não consegue compensar, desenvolvendo a hiperglicemia.

Esses indivíduos respondem bem a uma dieta balanceada com uma restrição moderada de carboidratos, priorizando carboidratos complexos. A doença é tratada com medicamentos e ajustes no estilo de vida, como a prática regular de atividade física e alimentação adequada. O uso da insulina pode ser necessário, especialmente em fases mais tardias da vida.

“Se o paciente também tiver obesidade associada também há a necessidade de uma moderada restrição calórica para obter perda de peso, o que já leva a uma melhora do diabetes. Perdas de peso modestas, entre 5 e 7% do peso inicial da pessoa, já levam a melhora da glicose”, destaca Joana Dantas.

A redução de peso, com redução de gordura corporal, leva a uma redução da glicose, pois melhora a sensibilidade à insulina (diminui a resistência à insulina). A atividade física também atua de forma potente para melhorar o controle da glicose, melhorando a sensibilidade do corpo à insulina.

“Além dessas medidas, preferir alimentos de farinha integral ao invés de farinha branca e aumentar a quantidade de vegetais na dieta, com aumento da ingesta de fibras, ajuda a reduzir picos de glicose após as refeições, tanto em pessoas com diabetes tipo 1 quanto tipo 2. Beber água e manter uma boa hidratação também podem abaixar a glicose. Um sono adequado é outra medida que pode melhorar o controle da glicose”, indica Melanie Rodacki.

Fique alerta!

A glicose alta, por vezes, não causa nenhum sintoma, mas é muito prejudicial para a saúde. Por isso, todas as pessoas a partir de 35 anos devem fazer exame de glicose para investigar se estão com a glicose elevada.

Além disso, pessoas abaixo dessa idade com excesso de peso e um ou mais fatores de risco também devem fazer o exame (parentes de primeiro grau de pessoas com diabetes, história de doença cardiovascular, pressão alta, HDL baixo ou triglicerídeos aumentados, síndrome de ovários policísticos, sedentarismo e sinais clínicos de resistência à ação de insulina, como uma mancha na pele chamada acantose nigricans) também devem fazer exame de sangue para dosar a glicose.

Outras indicações são as mulheres que tiveram diabetes na gestação, indivíduos com alguma doença que leve ao aumento de glicose ou que faz uso de medicamentos que elevem o nível de glicose, como corticóides, por exemplo.

Lembre-se: Nem sempre a glicose alta é percebida. Por vezes, ela está elevada e não causa nenhum sintoma ou sinal. Porém, isso não quer dizer que não traga problemas para a sua saúde. Mesmo sem sintomas, a glicose alta pode trazer problemas sérios futuramente, caso não seja tratada de forma adequada.

Matéria relacionada

Serra vence o Forte por 1 a 0 e é campeão do Capixabão Série B

Serra vence o Forte por 1 a 0 e é campeão do Capixabão Série B

Após alcançar o seu principal objetivo, que era o acesso, Serra coroou a sua campanha vitoriosa com o título do Campeonato Capixaba Série B 2025. Na tarde deste sábado (11),

Assassinado a facadas ao defender a irmã do ex em Vila Velha

Assassinado a facadas ao defender a irmã do ex em Vila Velha

Um jovem de 22 anos foi assassinado a facadas, ao defender a irmã de agressões do ex-companheiro dela. O crime aconteceu na madrugada deste domingo (12) no bairro Ataíde, em

Final do Capixabão Série B, entre Serra e Forte, será decidido em jogo único neste sábado

Final do Capixabão Série B, entre Serra e Forte, será decidido em jogo único neste sábado

O título do Capixabão Série B será decidido em jogo único neste sábado (11), às 16h30, no estádio estadual Kleber Andrade, em Cariacica. A Federação de Futebol do Estado do

Três pessoas morrem após grave acidente no Sul do ES

Três pessoas morrem após grave acidente no Sul do ES

Um grave acidente registrado na tarde de quinta-feira (9) deixou três mortos e quatro feridos na rodovia ES-490, no trecho entre Cachoeiro de Itapemirim e o Litoral Sul capixaba, em

Aderes abre mil vagas para cursos gratuitos de ensino a distância

Aderes abre mil vagas para cursos gratuitos de ensino a distância

A Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes) abriu mil vagas para cinco cursos de Ensino a Distância (EAD). Serão 200 vagas disponíveis para “Marketing”,

Dia das Crianças será comemorado com festa em parque de Vila Velha

Dia das Crianças será comemorado com festa em parque de Vila Velha

O Parque Urbano Duque de Caxias, no Centro de Vila Velha, será o cenário da edição especial do “Vila Kids – Aventura na Duque”, neste domingo (12), em celebração ao