A inflação no Brasil tem sido um inimigo silencioso, corroendo o poder de compra da população e tornando a vida cada vez mais difícil. Ir ao mercado virou um teste de paciência e indignação: a carne já é um luxo para muitas famílias, o feijão está mais caro, e até o ovo, que sempre foi uma alternativa acessível de proteína, agora pesa no bolso. O que antes era um alívio para quem não podia comprar carne, hoje já não cabe no orçamento dos mais pobres.
Essa escalada nos preços não é um fenômeno isolado, mas o reflexo direto de um governo que insiste em políticas econômicas irresponsáveis. Gastos públicos descontrolados, aumento da dívida, falta de incentivo à produção e uma carga tributária sufocante são os verdadeiros culpados pela situação que enfrentamos. E quem paga essa conta não são os políticos em seus gabinetes, mas o trabalhador que vê seu salário evaporar antes do fim do mês.
A alta dos alimentos não é a única dor da inflação. O gás de cozinha está cada vez mais caro, o aluguel sobe sem controle, a energia elétrica pesa no orçamento, e o transporte fica mais caro a cada reajuste. Tudo isso cria um efeito cascata que sufoca a economia doméstica e reduz drasticamente a qualidade de vida da população.
Enquanto isso, o governo segue gastando bilhões em pautas ideológicas, em privilégios para sua base e em projetos que nada têm a ver com as necessidades reais do povo. Fala-se muito em justiça social, mas como pode haver justiça quando o brasileiro não consegue mais colocar comida na mesa? O discurso não enche o prato de ninguém, e a realidade imposta pela inflação é que muitos estão comendo menos, escolhendo entre pagar uma conta ou fazer a feira, cortando onde podem — e onde não podem.
A verdade é que um país não cresce quando o governo joga contra a sua própria economia. Para reverter esse cenário, seria preciso reduzir gastos, incentivar o setor produtivo, trazer segurança jurídica para investidores e diminuir o peso do Estado sobre quem gera riqueza. Mas nada disso parece estar na agenda do atual governo.
O Brasil está à deriva, e a população sente isso todos os dias, a cada compra que faz, a cada conta que paga. A grande questão é: até quando o brasileiro vai suportar pagar o preço da incompetência?
Por Vitor Otoni, formado em Administração, ex-Diretor de Projetos da SJN no governo federal Michel Temer e ex-Subsecretário de Estado de Gestão de Programas e Projetos de Assistência Social.
O texto acima reflete opinião do autor.