Além da BR-262, outra rodovia federal no Espírito Santo pode receber investimentos em melhorias com o dinheiro vindo da indenização pela tragédia em Mariana (MG): a BR-259.
Foi o que revelou o governador Renato Casagrande, após participar, no Palácio do Planalto, da cerimônia em que foi assinado o acordo para reparação dos danos pelo rompimento da barragem em 2015.
O acordo soma R$ 167 bilhões e desse total o Espírito Santo vai receber R$ 40 bilhões, sendo R$ 17 bilhões geridos pelo governo do Estado. O governador Renato Casagrande explicou o quadro:
“Temos investimentos importantes em infraestrutura, porque ajuda na atividade econômica, e por isso a gente colocou R$ 2,3 bilhões para fazer investimento na BR-262, porque é um gargalo ao desenvolvimento. O governo federal disse que colocará, mas, se for preciso, vamos colocar recursos também na BR-259, que liga João Neiva, Colatina até Baixo Guandu.”
Casagrande destacou que a prioridade do acordo é fazer as indenizações das pessoas atingidas, e a recuperação ambiental da bacia do Rio Doce: “Nós temos muitos investimentos (a serem feitos) em saneamento básico, investimentos em recomposição florestal, em recuperação de nascentes de rios.”
Dos R$ 167 bilhões envolvidos, as empresas estimam que ainda gastarão R$ 30 bilhões para cumprir obrigações estabelecidas, além dos R$ 37 bilhões já desembolsados para reparação socioambiental, por meio da Fundação Renova.
No Estado, R$ 450 milhões serão aplicados no Plano de Reestruturação da Gestão da Pesca e Aquicultura; R$ 1 bilhão em ações de resposta a enchentes, desastres naturais e recuperação ambiental; R$ 2,3 bilhões na duplicação da BR-262; e R$ 3,46 bilhões em saneamento.
A repactuação envolve o governo federal, os governos de Minas Gerais e Espírito Santo, Ministério Público Federal, Defensoria Pública da União, Ministérios Públicos e Defensorias Estaduais e a Samarco Mineração, Vale e BHP Billiton Brasil.
O termo celebrado sob a coordenação do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6) substitui todos os acordos anteriores e encerra disputas judiciais e administrativas. Assim, a Fundação Renova será extinta, e a própria Samarco assumirá as obrigações.