Falamos muito aqui sobre capacitismo, que é o preconceito contra pessoas com deficiência. Neste sentido, as pessoas com síndrome de Down são discriminadas não só pela deficiência intelectual, mas pela aparência que lhes é mais comumente associada.
Pessoas diversas
Infelizmente, as pessoas com síndrome de Down são extremamente infantilizadas e reduzidas ao “coitadismo” pela sociedade. Mas, assim como todos, eles são diversos em suas diferenças. A trissomia do cromossomo 21 não é definidora de todos os aspectos da vida de uma pessoa.
A Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down estima que, de cada 700 nascimentos no Brasil, uma criança nasce com síndrome de Down. É um grupo de pessoas que, apesar de funcional, demanda certos cuidados.
Cardiopatias, por exemplo, acometem cerca de 50% desse grupo. Outros problemas de saúde comuns são hipotonia (diminuição da força e do tônus musculares), comprometimentos na visão e audição, dentre outros.
Se até a década de 1980 a expectativa de vida era baixíssima (entre 25 e 30 anos), os avanços da ciência já mais que dobraram esses números (casa dos 60 para cima). Mas será que podemos pôr o aumento da expectativa de vida “apenas” na conta dos avanços científicos?
O fato de a inclusão ter entrado na pauta do Governo Federal em 2003 abriu muitas portas. Se naquele ano apenas 23% das crianças com alguma necessidade especial estavam matriculadas em escolas regulares, hoje, esse número já supera os 80%.
Não podemos estigmatizar uma pessoa, seja pelo motivo que for. Muito menos pela deficiência. Se uma pessoa com síndrome de Down age de uma determinada forma, não quer dizer que todas as pessoas com síndrome de Down agirão da mesma forma.
Como sempre dizemos, a inclusão e a representatividade importam. Tendo a devida oportunidade, as pessoas com síndrome de Down também são capazes de estudar, trabalhar; enfim, são capazes de viver. Para isso, se perceber incluso na sociedade, presente nas atividades diárias, também tem efeito terapêutico.