Movimentos musculares involuntários muitas vezes repetitivos, caracterizados por contrações e em várias partes do corpo. Esses sintomas podem ser de uma doença bastante comum chamada distonia. Dados do Ministério da Saúde de 2021 apontam que 65 milhões de pessoas no Brasil sofrem com o problema.
A doença é caracterizada por um distúrbio neurológico que também pode afetar a postura.
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Diagnosticada com a distonia, usa suas redes sociais para falar sobre a condição que a afeta e como lida com isso no dia a dia. Inclusive, usa o bordão: “Arrume-se comigo e com meu tremor! ”. Em uma de suas publicações, com mais de 2 milhões de views, mostra o momento em que faz as unhas em um salão e a mão está contraída por um espasmo.
Características da distonia
As principais características da distonia são movimentos repentinos de braços, pernas, tronco, pescoço e outros, assim como torção, tremores, contrações e piscadas repetidas dos olhos.
De acordo com o ortopedista Nilo Neto, o cérebro não sofre danos, mas os membros param de responder aos comandos e o paciente perde, de forma evolutiva, o controle de suas próprias ações. “Essa é uma condição que não tem limite de idade ou etnia. Ela pode afetar desde crianças a idosos”, diz. A doença não possui uma única causa definida.
“A distonia pode ser causada por outras doenças degenerativas, traumas e lesões na cabeça. Além disso, pode ter causas genéticas ou intoxicação por agentes químicos, que acarretam o mau funcionamento de uma área cerebral conhecida como núcleos da base ”, explica.
Tipos de distonia
Existem vários tipos de distonia. A doença pode se apresentar de maneira mais leve até graus mais avançados. “A distonia pode ser focal, quando atinge apenas uma região do corpo, como os músculos das pálpebras, chamada de blefaroespasmos. Mas ela também pode ser chamada de distonia generalizada, que como o nome diz, acomete todo o corpo, da cabeça aos pés”, pontua.
Quais os tratamentos da doença?
Para tratar a distonia é necessária a atuação de uma equipe multifuncional. Medicações e terapias de reabilitação dos membros afetados, assim como apoio psicológico fazem parte dos cuidados.
A toxina botulínica também é usada para tratar o problema. Ela age bloqueando a liberação de acetilcolina, um neurotransmissor responsável por levar os sinais dos nervos aos músculos.
Trata-se de uma alternativa para evitar grandes quantidades de medicamentos prescritos para os pacientes.
O efeito surge aos poucos, após o paciente receber uma uma injeção com a toxina nos músculos que causam os movimentos involuntários. Tanto as doses quanto a quantidade de injeções vão depender do quadro do indivíduo.