A Polícia Civil (PC-ES), prendeu, em flagrante, nessa terça-feira (4), dois homens de nacionalidade chilena, ambos de 31 anos, suspeitos de integrar uma organização criminosa especializada em furtos a shopping centers. Os presos são Jason David Lopez Mora e Cristobal Andres Arbazua Vergara.
A ação ocorreu no bairro Ilha do Príncipe, em Vitória, e resultou na apreensão de bens avaliados em cerca de R$ 50 mil.
As investigações apontam que o grupo já atuou em diversos estados brasileiros e que o prejuízo total causado no Espírito Santo ultrapassa meio milhão de reais. As informações foram apresentadas em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (5), na Chefatura da Polícia Civil, em Vitória.
“A divulgação dos trabalhos da Polícia Civil é fundamental para demonstrar a atuação da instituição e incentivar outras vítimas a denunciarem. Muitas vezes, a partir de uma matéria, novas denúncias surgem e auxiliam nas investigações, inclusive em outros estados. O empenho e a dedicação das equipes, mesmo diante das dificuldades, têm resultado em operações exitosas e na elucidação de crimes. Esse comprometimento é essencial para a segurança da sociedade, e é gratificante ver o impacto positivo desse trabalho”, disse o delegado-geral adjunto da PC-ES, José Lopes Pereira.
O chefe da 2ª Delegacia Regional de Vila Velha, delegado Nilton Abdala, destacou a importância das prisões realizadas contra uma organização criminosa internacional que atuava no comércio capixaba.
“As prisões representam uma resposta efetiva da Polícia Civil à sociedade capixaba e à Associação dos Comerciantes, impactados pela atuação dessa organização criminosa internacional. Com 17 integrantes, o grupo tem histórico de crimes como latrocínio e roubo no exterior. O trabalho coordenado entre a 2ª Delegacia Regional de Vila Velha e o 6º Distrito resultou em uma operação bem-sucedida, demonstrando o compromisso da polícia no combate ao crime organizado e na proteção do comércio local”, destacou.
O grupo, formado por chilenos, utilizava métodos sofisticados para cometer os crimes, incluindo mochilas revestidas com papel alumínio para evitar alarmes e dispositivos eletrônicos para bloquear o travamento de veículos.
A investigação teve início em novembro de 2024, após registros de furtos no Shopping Praia da Costa e no Shopping Vitória. Com o apoio dos centros comerciais, que forneceram imagens de segurança, a polícia identificou e monitorou os suspeitos, resultando na prisão em flagrante de dois deles.
“Trata-se de um grupo criminoso que atua em diversos estados brasileiros e faz uso de um modus operandi sofisticado para furtar lojas e veículos em shoppings. A investigação demonstrou que eles utilizavam mochilas adaptadas para evitar a detecção de alarmes e dispositivos eletrônicos para impedir o travamento de veículos, facilitando os furtos. Com o apoio das vítimas e dos estabelecimentos, conseguimos reunir provas suficientes para identificar e prender os envolvidos”, afirmou o titular do 6º Distrito Policial de Vila Velha, delegado Marcelo Cavalcanti.
Além dos furtos registrados em Vila Velha e Vitória, os criminosos também foram identificados atuando em Goiás, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Durante a operação, a polícia apreendeu roupas furtadas de três lojas de departamentos, além de eletrônicos, incluindo notebooks e tablets. Os suspeitos confessaram os crimes e indicaram que os produtos furtados eram negociados com criminosos locais.
“Desde novembro, estávamos monitorando esses indivíduos, pois identificamos um padrão de itinerância. Eles se deslocam entre estados para cometer furtos e evitar a identificação. A prisão em flagrante ocorreu no momento em que eles já haviam realizado novos furtos em shoppings do Estado. A colaboração das vítimas e o registro das ocorrências foram fundamentais para a investigação”, destacou o delegado Marcelo Cavalcanti.
Os dois presos responderão pelos crimes de furto qualificado e associação criminosa. Além disso, um terceiro suspeito, que já havia sido indiciado na fase anterior da investigação, não foi localizado.
A Polícia Civil solicitou apoio da Polícia Federal para incluir os mandados de prisão na lista da Interpol, uma vez que os investigados têm registros criminais e ordens de prisão pendentes no Chile.
“Estamos trabalhando para localizar o terceiro suspeito e contamos com a colaboração das forças de segurança de outros estados e da Polícia Federal. Esse tipo de crime causa prejuízos não apenas às lojas, mas também aos consumidores. Por isso, reforçamos a importância do registro das ocorrências para que possamos investigar e prender esses criminosos”, salientou Cavalcanti.